Três cooperativas gaúchas – Coasa, Vinícola Aurora e Sicredi – tiveram participação ativa na COP30, levando ao maior evento climático do mundo projetos aplicados no Rio Grande do Sul para reduzir emissões, fortalecer a adaptação no campo e ampliar a resiliência das comunidades frente a eventos extremos. A presença das cooperativas na conferência em Belém, no Pará, contou com apoio do Sistema Ocergs, entidade que representa o cooperativismo gaúcho.
A Coasa integrou, junto a outras cooperativas brasileiras, o painel "Agricultura de baixo carbono: caminho para sistemas alimentares sustentáveis e resilientes", realizado na Agri Zone da COP30. Com destaque para o projeto "Nosso Solo, Nossa Colheita", desenvolvido em parceria com a Embrapa, a cooperativa reforçou o papel do manejo sustentável e do sistema de plantio direto na conservação de recursos naturais e no sequestro de carbono.
Também na Green Zone, durante o painel "O papel do cooperativismo na construção da resiliência climática", a Vinícola Aurora apresentou suas ações de adaptação aos impactos climáticos na vitivinicultura da Serra Gaúcha. A cooperativa mostrou como o monitoramento climático, a escolha de variedades mais resistentes, o manejo adequado do solo e a difusão de conhecimento por meio das Unidades de Demonstração de Cultivo (UDCs) vêm fortalecendo a capacidade de resposta das mais de 1,1 mil famílias cooperadas.
Ainda no painel sobre resiliência climática, a cooperativa Sicredi demonstrou como a gestão de risco climático já está integrada às suas decisões estratégicas. Desde 2024, a instituição utiliza uma metodologia própria que quantifica ameaças por cultura, região e atividade econômica, permitindo ajuste de linhas de crédito, ampliação de seguros rurais, diversificação de carteiras e orientação para práticas de adaptação no campo. Atualmente, mais de 16 milhões de associados são monitorados pela ferramenta, que torna o crédito cooperativo mais preparado para eventos extremos.
Para o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, a participação das cooperativas na COP30 evidencia que o Rio Grande do Sul já desenvolve soluções alinhadas aos desafios climáticos globais. "A presença das cooperativas reforça o papel do Estado como modelo de inovação climática baseada na cooperação. As soluções vêm do território, da união entre produtores, crédito, pesquisa e comunidade, e o cooperativismo gaúcho é parte fundamental dessa resposta", ressalta Hartmann.